sábado, 25 de setembro de 2010

Assinaz

O portal da morte feito de carvão,
pela planície explodida ergue-se
"Aqueles que entram esses portões
não saem jamais, lembre-se."

Restos ósseos e carniçais
num ritmo macabro dançam
a intolerância da guarda
açoita todos os que ousam

Dentro o hálito lúgubre
e a morosidade fizeram morada
se foges, não existes
desta prisão não escapas

Sendo a morte tão lenta
e a rotina companheira
o sofrimento encarna o tédio
a dor é passageira

os desterrados que entram
assustados com lendas
de torturas inconcebíveis
e mortes contendas

O maior perigo
é a mesmisse abissal
a maior tortura
é o vazio mental

castelo do desespero
fortaleza da dor
prisão infernal
tão peculiar local

acumula tantos nomes
quantos prisioneiros traz
"Aqueles que entram nesses portões
Lembre-se, não saem jamais"

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